
Lábios desenhados no meu pescoço com batom!
Marcas de desejos para actos de amor sensual...
São de paleta carmim, brotos lúbricos de paixão...
Longos e depravados momentos de amor carnal.
Zé Ernesto Gaia

Borboletas frágeis!
Metamorfose, crisálidas...
Cores vivas, cálidas.
Zé Ernesto Gaia

A Alberto Caeiro
Pressinto Cousa vinda do alto!
Mito não é, me soou verdadeira...
Menino à Terra vem dar um salto,
dormirá Feliz Noute à minha beira.
Zé Ernesto Gaia

A Alberto Caeiro
O Frio arrefece cousas sem Alma!
Mitos velhos do nosso imaginário...
A vereda está nevada, mas calma...
Vegetando alo, um mal necessário.
Zé Ernesto Gaia

Lua fascinante!
Espera o seu amante...
Janela, vidraça.
Zé Ernesto Gaia

Cuco parasita!
Jamais é dono do ninho...
Usa um vizinho.
Zé Ernesto Gaia
A Ninfa acorda!
Uma Rã a coaxar...
Meigo despertar.
Zé Ernesto Gaia

O silêncio impera na memória do imediato!
Recorda o meu passado como fosse agora...
Não me lembro do que disse há uma hora,
para quê recordações de um passado lato.
Zé Ernesto Gaia

A Alberto Caeiro
Eu existo com a minha loucura!
Nunca tive no meu íntimo alma...
Meu Mito estende-se na planura...
Será uma flor ou grão de calma?
Zé Ernesto Gaia
O meu país precisa de lixívia, muita lixívia e outros similares, para lavar as mentes corrompidas das aves de rapina em nossos ares.Mas, se a lixívia p'ra tal não chegar, há creolina e outros mais potentes; que, só assim nos libertaremos e poderemos finalmente ser contentes.Os que mais proclamam ajudar, transmitindo exagerada confiança, são os que acabam mesmo a abusar daqueles que crêem na liderança.E o nosso Portugal vai decaindo,vai definhando, morrendo lentamente. Pscht ! Quer este país sobreviver! É urgente um antivírus, é urgente! PINTURA » Gabinete à Noite de Edward HopperAdriana Reis - Dez.2009 Poetisa amiga da Cidade Invicta

A Águia-real voa elegante nas alturas...
Olhos de rapina bem fixos e em alerta,
busca presas nas imensas planuras!
Um voo picado e mais uma presa certa.
Zé Ernesto Gaia