terça-feira, 19 de abril de 2011

AS POESIAS DA “VIRITA”


A preto e branco

O lápis aparado

na folha de papel sem cor;
O escravo escuro

às ordens do senhor;

A cela da prisão

que sonha a liberdade;

A vaidade que cega,
despida de humildade;
O centro, temido, da acção

longe da calma do flanco …


… tudo isto é a preto e branco!


A corrida de águas mansas

a abocanhar a foz

ou um povo sem voz

e sem direito a veto …


… também é a branco ou preto!


Vontades expressas,
definidas,
escolhas de vidas,

passos marcados

no caminho predilecto …


… ou é branco ou escrito a preto …


Desta visão

muito mundo se perdeu:

o céu,

as flores,
o vermelho paixão

de alguns amores,

o laranja das papaias,

inteiro o arco-íris

no rodar das longas saias
das moças no coreto!


Diálogo inteligente,
alinhado ou divergente,

mas fundado em sentimento …


… pode ser a branco

ou ser a preto …


… ou talvez noutra matriz …
e se nos fizer feliz
pode ser, até, cinzento!


Elvira Almeida

19 de Abril de 2011


4 comentários:

irene disse...

amo os poemas ,a arte, poesia em general....)'=

irene disse...

estava um jovem de ointenta anos, sentado de pê, num banco de pao de pedra,a ler um jornal sem letras,à luz dum candeiro apagado! disse calado: a terra é uma bola redonda ,quadrada,que gira à volta do ceu parada ( irene fernandes)

irene disse...

obrigados por terem gostado do meu comentario

irene disse...

beijinhos amo , o vosso blogo...