segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Vulva


Suas formas disformes
São tão ultrajantes

Que para cobrir sua feiura

Montes de pêlos
São insuficientes

Eva foi obrigada a escondê-la
Com grandes folhas.
Na era das trevas era vista
Como caminho do inferno.
Hoje, coitada, cobri-la

É uma obrigação.


Para a vida ser gerada

Tem que ser penetrada.

Para a vida vir ao mundo

Tem que ser desfigurada.

Nem assim é respeitada.

Quantas vezes sem consentimento

É desflorada.
Em certas terras – mutilada.
De crimes é culpada.

Misteriosa vulva – coitada!


Poeta amigo do Porto



JCL


(2010)



2 comentários:

Angelina Andrade disse...

Ai meu amigo
Desta vez até que vou discordar
Aquilo que chama de feiura, é para mim o vaso sagrado
É assim que a mulher foi talhada, e abençoada para dar vida
E se todos os homens assim a olhassem não seria nunca mutilada
...São pontos de vista claro, e eu respeito o seu, mas discordo…sou mulher, e como tal acho-me linda, e vaso sagrado, que já foi abençoada, ao dar VIDA

Anônimo disse...

Hugo disse:
Isso lá é poesia!
No máximo uma prosopopéia esquisofrênica. Como é que o indivíduo se propõe a citar uma verdadeira acusação contra uma coisa tão bonita. Meu caro, se você acha a vulva "feia", se olhe no espelho primeiro.
Não esqueça que VOCÊ veio ao mundo através dela. E se não veio...
De que planeta você é mesmo ein???