Trago na boca
Trago na boca
uma flor;
talvez um cravo,
que me recorda
um tempo de ilusões que já passou!
Talvez uma outra flor,
uma rosa, flor veludo,
resposta à dúvida
que brinca nos lábios
de quem ama …
Trago na boca
um beijo
refúgio de um desejo
encontrado, vivido,
bocado de uma profusa paixão!
Trago na boca
o sabor salgado
do mar onde se banha
o meu amor…
desperto,
por perto,
que me entrega
de sua boca
um’outra flor,
em forma de coração!
…talvez uma açucena,
perfumada e branca de pureza,
riqueza
maior que a gente tem,
marcada a fogo
no peito de quem ama
e se entrega
no calor daquela cama
de folhas de cetim
e corolas de verbena…
Trago na boca
a palavra,
ditada do pensamento
no momento
de sentir
como é que sou!
Na boca trago
mel e sal:
canções na ponta dos dedos
que te tocam,
notícias dolorosas
de jornal,
noites cansadas
de prazer e mosto,
o gosto
que me trouxe à boca,
a minha flor
de cor de vida em carnaval
e que ainda não murchou!
10 de Outubro de 2010
Elvira Almeida
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