UM PINTO E UM OVO - (POETRIX)

Um Pinto junto d' antepassado!
Bico caído e penugem molhada...
Chorava junto d' um ovo Estrelado.


"Primeiro o Pinto ou o Ovo"


Zé Ernesto Gaia

No brilho dos teus olhos - (POETRIX)

As borboletas que dançam
No brilho dos teus olhos
Me beijam o olhar e me descansam...


Poetisa Amiga


Elvira Almeida

UNIVERSO - POETRIX

Cousas incógnitas n' Universo!
Que Deus as continua a Criar...
São estrofes do Seu vigor em verso

a Alberto Caeiro


Zé Ernesto Gaia

SER SALVADOR... - (POETRIX)

No imaginário Criador,

busca Deus qu' ainda em ti persiste!
Outrora criado, Ser Salvador...


Zé Ernesto Gaia

NO BRILHO DOS TEUS OLHOS... (POETRIX)

Há reflexos no brilho dos teus olhos,
que dá vontade para t' abordar!
Tenho medo de mar cheio d' escolhos...


Zé Ernesto Gaia

Anúncio de Jornal

O amor a mim chegou,
se insinuou,
bem devagar,
depois se fez notar
e se instalou!

Antes, era só vazio
sem alma,
sem tempestade,
mar de estanho,
sem tamanho,
sem ondas,
só calma
e eu cheia de frio…

Falsa tranquilidade …

Eu queria o ribombar
de mil trovões
no sangue
que subia
e que descia
no meu corpo
acelerado…!

Foi casual.

Mas se não tivesse sido
tinha mandado publicar
(a título de pedido)
um anúncio de jornal!!!


Poetisa Amiga


Elvira Almeida

A BOCA DELA - (POETRIX)

À procura da prima picadela,
tal como um drogado solitário!
Sedento desejo a boca dela.


Zé Ernesto Gaia

Vulva

Suas formas disformes
São tão ultrajantes
Que para cobrir sua feiura
Montes de pêlos
São insuficientes

Eva foi obrigada a escondê-la
Com grandes folhas.
Na era das trevas era vista
Como caminho do inferno.
Hoje, coitada, cobri-la
É uma obrigação.

Para a vida ser gerada
Tem que ser penetrada.
Para a vida vir ao mundo
Tem que ser desfigurada.

Nem assim é respeitada.
Quantas vezes sem consentimento
É desflorada.
Em certas terras – mutilada.
De crimes é culpada.
Misteriosa vulva – coitada!


Poeta amigo do Porto


JCL

(2010)

HERMES PARA AFRODITE

HERMES

AFRODITE

-Hermes, levo amorosa mensagem!
-Afrodite, é pra mim adorado,
vem mui veloz cortando a aragem.

a Alberto Caeiro


Zé Ernesto Gaia

LETRAS

Saídas do bico das canetas
são o que tu quiseres que seja:
sorrisos de Poeta, piruetas,
ou relatos de afrontas e pelejas...


Poetisa Amiga

ELVIRA ALMEIDA

COLORIDO PALHAÇO - (POETRIX)

Não chora o Colorido Palhaço,
divertindo-se a rir de si próprio...
Sabendo há muito o seu fracasso.


Zé Ernesto Gaia

FUGAS

Fugimos por caminhos ilusórios,

percorridos à procura de nós!
O reencontro deu-se ao acordar da aurora!

Poetisa Amiga

Elvira Almeida

No vento escrevi teu nome

Na brisa da tarde

esvoaçam letras
perdidas como folhas
soltas, árvores em Outono!

Uma a uma,
em dança
sinuosa e sensual,
me cercam,
me tocam
com gotas de alva espuma …

Com as letras
que guardei em meu regaço
escrevi o teu nome,
e ao vento pedi
que levasse o meu abraço
e o meu lamento
até perto de ti …

E lhe pedi
que te dissesse
que tenho sede
e tenho fome
do teu corpo que me ama,
no desalinho dos lençóis
em minha cama,
quando o vento sopra e voa
sem nome,
porque o nome que está escrito
nessa brisa,
é só o teu,
que no meu peito
nunca se perdeu,
e que te chama,
sempre aflito …

O amor nunca está satisfeito …
Há sempre uma boca que precisa!


Poetisa Amiga


Elvira Almeida
<2010>

FUGAS - (POETRIX)

Fugas, pr' invadir a tua alcova,
perscrutar a tua sensualidade;
Suave gemido que nos envolva.


Zé Ernesto Gaia

NO TEU OLHAR

No teu olhar
vive a Luz do brilho
que me guia;
me rapta da noite escura
e diz: Amor, Meu Amor, Bom Dia!


Poetisa amiga


Elvira Almeida

SETEMBRO

Setembro chega com o cheiro a Terra parida
como uma onda
de trigo loiro
em searas batidas pela aragem da tarde...

Bebe do mosto das uvas vindimadas
e se desfaz nas primeiras chuvas de Outono!


Elvira Almeida

08.09.2010

SETEMBRO - (POETRIX)

Vindimas, uvas, lagarada, mosto!
Setembro, Signo de Virgem, pureza...
Perfeito pró amor como eu gosto.


Zé Ernesto Gaia

COM QUE DIREITO - (POETRIX)

Era um beijo de amor e traição!
Com que direito, Judas O beijou...
Denuncia, azo prà redenção.


Zé Ernesto Gaia

ANÚNCIO DE JORNAL... (POETRIX)

Um eco d' Anúncio de Jornal!
-Aguarda junto ao vão da escada...
Amor viril, sem cegueira moral.


Zé Ernesto Gaia

TREVO DE QUATRO FOLHAS (POETRIX)

Trevo de Quatro Folhas sortilégio!
Seco, marcador num livro d' amor...
Verde, num vaso, é ter privilégio.


Zé Ernesto Gaia

CISNE BRANCO (POETRIX)

ao Parque da Lavandeira
em Vila Nova de Gaia

Cisne Branco de porte elegante!
Desliza solitário no lago...
Pescoço hirto, reflexo galante.


Zé Ernesto Gaia

O POSTILHÃO DE APOLO (POETRIX)

O Postilhão de Apolo, partiu
a anunciar às Ninfas dos rios!
Pã para as seduzir lhes mentiu.


a Alberto Caeiro


Zé Ernesto Gaia

AVE LIRA, UMA AVE SINGULAR (POETRIX)

Ave Lira, uma ave singular!
Macho Lira cobre-se com a cauda...
Ritual de pompa pr' acasalar.

Ave originária da Austrália


Zé Ernesto Gaia