quinta-feira, 22 de julho de 2010

"Já agora mate-me"

Dedicado a Catarina Eufémia

Nas folhas secas do meu ventre

sinto
o entardecer da aurora,
vestida
de luto

Nas andorinhas que não chegam

conto
as rugas
na
cera derretida,
que
ainda desliza no meu rosto
num
pavio, quase ignorado

Ceifaram-me o trigo
num Maio, ainda maduro
a
terra petrificou-se
de
branco marmórea


Nas folhas secas do meu ventre

a
fome ainda chama por ti,
a
liberdade ficou esquecida
na
sombra, da azinheira
que
te viu morrer


Conceição Bernardino



Poetisa amiga de Arcozelo


Vila Nova de Gaia


Grato a LUSO POEMAS


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