sábado, 23 de outubro de 2010

AS POESIAS DA "VIRITA"

O poeta

Ia a madrugada


alta e clara …
e do primeiro contacto

com o ar respirado,
um choro continuado,
acalmou a mãe, cansada,
que bendisse a dor
que sobre ela se abateu …

O Poeta nasceu!

Intimista,

desenha letras e palavras

nos tempos de aprender;
letras novas e as sem tempo …
sugadas da fonte do pensamento…

capta delas, sua razão para viver!

Pensa, sonha, constrói
e às vezes rói
a solidão do seu ser!
Consola a sua alma

no tudo que aprendeu …


O poeta escreveu!


O tempo, inexorável,

atinge todas as estruturas;

as humanas, também…
E na voracidade

com que fez um mundo de pensar
e sentir,

alimento de si, para si
e
para outros,
perdeu a casca,
algures, no casulo

da vida corpórea que viveu …


O poeta morreu!

Viva o Poeta!



2 de Outubro de 2010


Elvira Almeida



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